A verdade sobre os relacionamentos

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"Amar é nunca ter que pedir perdão."
(Frase do filme Love Story: Uma história de amor.)
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Há mais ou menos duas semanas, assisti o programa da Oprah. A entrevistada era a atriz Ali MacGraw, grande estrela do sucesso de bilheterias Love Story: Uma história de amor. Em 1970, quando o filme foi lançado, Ali era uma jovem. Hoje, com 70 e poucos anos, ela mora com um gato e um cachorro nas montanhas do Novo México. Longe da fama e dos holofotes, a simpática atriz falou do filme, de como lidou com o sucesso e dos relacionamentos que teve. O par romântico de Ali no drama foi o ator Ryan O'Neal, marido de Farrah Fawcett, que faleceu recentemente.
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Fiquei bastante interessada na entrevista por dois motivos. Primeiro, pela frase do filme "amar é nunca ter que pedir perdão". Segundo, pelas declarações que Ali deu. Ela disse ter aprendido o que é o amor depois de 50 anos, pois tinha dificuldade de relacionamento, de lidar com o outro e consigo mesma. Com isso, perdeu amores, deixou paixões escorrerem pelo ralo. Isso me fez pensar em diversas coisas e escrever o texto que você lê agora.
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Não acho que o amor perdoa tudo. Acredito, sim, que ele pode ser mais forte que qualquer coisa. Ele vence tudo, enfrenta qualquer parada. Mas tudo isso só acontece quando você quer e se permite. A gente precisa se dar uma chance de vez em quando. Alguns vivem com os olhos fechados, sonhando, ao invés de despertarem e enxergarem o que está ao lado deles. O amor é imperfeito, cheio de manias e muitas vezes é um baita mal educado. E tudo bem, pois penso assim: se de vez quando não acordo em um bom dia, por que o amor deveria? A gente se cobra muito e, consequentemente, cobramos coisas do amor. Esquecemos que o amor não nos deve nada. E que devemos, sim, pedir perdão. Amar é ter que pedir perdão quando a gente faz burrada. Quem não faz uma merda de vez em quando? Quem não erra? Se a gente ama, a gente quer que o outro esteja bem. Se a gente pisa na bola e fere o outro, queremos que ele nos perdoe. Por isso, amar é pedir desculpa quando magoamos quem mora dentro da gente. Love Story, você não sabe de nada.
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Não quero descobrir o que é amar daqui a 50 anos. Nem sei se estarei viva até lá, mesmo porque, hoje, tenho certeza que já descobri. Assim como já descobri que não devemos querer que o outro se antecipe. Ninguém tem a obrigação de antecipar os seus desejos. Ah, ele devia saber como me sinto. Não, ele não devia. Se você quer que ele saiba, diga. Se você quer que ela perceba, fale. As pessoas acham que as outras têm bola de cristal. Mais da metade das brigas dos casais acontece porque um acha que o outro deveria saber, ter desconfiado, ter se dado conta, ter visto, ter enxergado. Tá, eu sei, eu sei, eu sei, tá legal? Eu sei que a gente quer que o outro se preocupe com a gente, que nos cuide, mime, ame, carregue no colo, faça bilú-bilú-tetéia, mas peraí, não vamos exigir coisas que não podem ser exigidas.
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A gente está aqui para aprender, para tirar alguma lição dessa vida maluca. Sabe qual o melhor aprendizado? Conviver com pessoas. As pessoas têm coisas lindas e horríveis para nos ensinar. Aprendemos a toda hora, em todo lugar. Aprendemos com relacionamentos, aprendemos quando abraçamos o outro, quando calamos, quando ouvimos, quando beijamos, quando nos irritamos. Aprendemos a cada vez que queremos aprender. O importante é querer estar junto, querer não desistir.
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Ninguém tem a obrigação de saber o que a gente pensa. O que as pessoas devem é respeitar o que pensamos, isso sim. E entenda: ninguém vai pensar como você porque ninguém sente como você. Não queira colocar uma fita métrica imaginária no coração do outro e medir vamos-ver-quem-ama-mais. O amor não tem medidas, números, não cabe na balança. Cada um tem seu jeito, sua forma, sua personalidade. A gente tem que aceitar. Não só o outro, mas a gente mesmo. E viver.
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